segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

IMPERATIVOS CATEGÓRICOS

Um passeio no mundo de Kant na visão do professor Flávio Paranhos e na paráfrase da professora Gleide Hartuique
Nos acontecimentos voltados à política, me reporto a certas atitudes que tomamos e muitas vezes o peso e a medida que julgamos os outros não valem pra nós.
Lendo o comentário de Flavio Paranhos na revista Filosofia nº 86 setembro 2013. “Kant não era Kantiano”, ele começa a abordar o histórico de Michel J. Sandel , professor de Filosofia Política em Harvard, segue tecendo a personalidade dele como homem simples e de forma a colocar seus aportes também como algo acessível a qualquer leigo. Exemplos e analogias como diz o próprio “ que facilitam a compreensão , acessível a qualquer um”.
Onde quero chegar com isso? Justamente onde Flavio também chegou, na estrutura filosófica do livro de Sandel e na contribuição de Kant quanto a Moral. Diz ele que os exemplos a serem colocados aqui refuta a existência da moral que é propriamente marcada nos acontecimentos na historia da humanidade.
....” Kant defenderia Clinton? Aquela lambança que o ex presidente americano fez com sua estagiária. Perguntaram –lhe se tinha tido relações sexuais com ela. Respondeu que não. depois com a confissão da própria, a situação se complicou e Clinton foi ameaçado com impeachment. Nas audiências no Congresso americano, um senador bota o advogado do presidente contra a parede: “ agora, Sr. Craig, Clinton mentiu ao povo americano quando disse “ Eu nunca fiz sexo com essa Mulher”?  Disse o advogado: Bem, ele certamente enganou-se e confundiu. Espere aí? Ele mentiu ou não? Respondeu o advogado: ele não acredita que mentiu, pois sua noção do que o sexo é vem da definição de dicionário. Ele não fez sexo com ela. Foi sexo oral, não foi sexo pra valer.
Nesse caso e em muitos outros funcionou não pelo fato do argumento se irrefutável como diz o comentarista, mas porque Clinton era um presidente querido, carismático e a economia ia bem, o que no fim das contas, é tudo o que importa pra o eleitor.
 Vimos aqui um exemplo do que muitos de nossos políticos fazem e nós não achamos que seja incorreto, pois na definição é a tal mentira branca de acordo com Sandel e pasme , encontra suporte na proposta Ética Kantiana , sim Kant o defensor da ética e da moral. Compreendemos que a mentira branca é a omissão da verdade por meio de uma afirmação malandra. Aí chega onde queria chegar, nas ações que fazemos no nosso cotidiano, e nas ações (que assinamos embaixo ) dos nossos governantes ou superiores. Comentemos mentira branca? Claro sim. A exemplo a revista mostra a historia também como analogia, de um perseguidor de seu amigo que chega à sua casa e pergunta-lhe se ele está ali. Você o está escondendo. Não pode mentir, afinal você é movido a imperativos categóricos. O que você faz? Diz: há 15 minutos, eu o vi passando pela rua da padaria. Você disse a verdade, mas não foi isso que o perseguidor perguntou. Pode ser que dê certo, e o perseguidor seja um estúpido ou esteja com pressa. Mas pode ser que não. e aí?
Aí chega o momento do ápice do artigo a qual me chamou atenção. “ a rigidez da proposta de Kant quanto a moral nos faz enxergar o oposto e aceitar justamente o que Flavio Paranhos afirma: “ me vejo na bizarra situação de enxergar justamente o oposto. O apego ao imperativo categórico é tão grande quando passamos por tal situação que se permite o recurso da malandragem. Kant também usou a mentira branca. Pasmem. Usou e muito bem. O defensor da moral e da ética já questionou e infringiu o peso e a medida.
“ Kant sabia que o rei não viveria muito escolheu boas palavras para , após a morte do rei, considerar-se liberado da promessa,( rei Frederico Guilherme II) e declarou que como fiel súdito de sua majestade, ele desistiria completamente de palestras públicas ou obras que tratem de religião”. Agora vem a tal mentira branca que está registrado na historia e Flavio Paranhos na sua minuciosa curiosidade filosófica  onde a desvenda. Por que dizer que não escreverá nada sobre Religião enquanto for súdito do rei tal, torcendo pra ele morrer logo, ou deixar de responder a uma pergunta. Esperteza e das grandes.
De fato , quem , em tais circunstâncias , fala falsamente pode precisamente não estar em erro acercado estado de coisas, se ele é capaz de discernir e dizer o que não correspondente ao caso. Esta espécie de falso depoimento não é errônea, mas, antes, enganosa. A verdade sendo aquilo que se revela/desvela, terá como oposto a falsidade , que será aquilo que se esconde, portanto omissão de informação é falsidade, e quem diz algo falso mente. Se usamos desse mecanismo, e também apontamos aqueles que o usa não avaliando nossa postura estamos afinal de contas com o titulo de PHD em malandragem.

Professora Gleide Borges Hartuique
Graduada em Pedagogia , Filosofia, Pos graduada em Educação Especial, Psicopedagogia, Terapia Familiar.




Nenhum comentário:

Postar um comentário